domingo, 18 de maio de 2008

BIOSSEGURANÇA EM BIOMEDICINA

Dr. Félix Gerardo de Vasconcelos Motta

A Biossegurança tem por objetivo evitar e ou minimizar os riscos de se contrair enfermidades em ambientes de trabalho ou situação de risco Todos os riscos que possam existir num ambiente de trabalho, como o ergonômico, o biológico, o químico, o radioativo, o radioativobiológico, o de incêndio entre outros, podem ser normatizados e controlados.

DEFINIÇÃO:  Conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metódologias, equipamentos e dispositivos capaz de eliminar reduzir ou minimizar o RISCO PROVENIENTE DE ATIVIDADES que envolvam AGENTES DE RISCO BIOLÓGICO. ( IOL (Infecção de Origem Laboratórial), Infecção hospitalar, bioterrorismo, guerra biológica)
CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA EM AMBIENTE LABORATORIAL E OU HOSPITALAR DE ACORDO A EXPOSIÇÃO DO PROFISSIONAL AO TIPO DE MICROORGANISMOS INFECCIOSOS
· Nível: 1 Risco individual e para a comunidade ausente ou muito baixo (trata-se de microorganismos que potencialmente não provocam doenças no homen e em animais)
· Nível: 2 Risco individual moderado, baixo risco para a comunidade.(germes patogênicos capaz de desenvolver doenças grave no homen e na comunidade. A exposição pode provocar infecção grave de indivíduo a outro e contaminar o meio ambiente. Existem tratamento e medidas profilática eficaz.)
· Nível: 3 Risco individual alto e para comunidade baixo. (germes patogênicos que provocam doenças graves no homen e animais geralmente se propagam de um individuo infectado para outro. Existem medida de prevenção e tratamento não eficaz.)
· Nível: 4 Risco individual e para a comunidade elevado. (Estes germes patogênicos provocam em geral doença grave no ser humano ou nos animais, sendo facilmente transmitido de um indivíduo à outro, de forma direta ou indireta. Geralmente não existem medidas eficazes de tratamento ou de prevenção.)
GRUPO DE RISCO EM BIOSSEGURANÇA
· BÁSICO: 1 ambulatório, laboratório de ensino Microorganismo – Bacillus subtilis; lactobacillus spp, Escherichia coli K12, virus do s Murino. EPIs. Batas .BPM · BÁSICO: 2 unidades de terapia intensiva, bloco cirúrgico, laboratório de patologia e analíses clinicas enfermarias de nivel de biossegurança II, banco de sangue, laboratório de imagens. – microorganismo – Bacillus cereus, salmonella typhi, virus poliomyelitis, cândida spp, S. mansoni, virus hepatite B, Neisseria minigitidis, Toxoplasma gondi EPIs. Jaleco de manga compridas, luvas, mascaras, óculos de proteção, touca, pro-pés BTM. BPLC. EPCs. · CONTENÇÃO: 3 Diagnóstico especial (Trypanosoma ssp. – Leishmania ssp. – Mycobacterium tuberculosis. – Brucella ssp. – HIV. – HBV. –Histoplasmacapsulatum.) EPIs. EPCs. Contenção para todas as atividades. Fluxo de ar direcionado. BTM. BPLC · CONTENÇÃO MÁXIMA: 4 unidade de germes patogênicos perigosos. Herpesvirus simiae. Ebola (arbovírus). Lassa (arbovírus) matérial de pesquisa de DNA de alto risco. EPIs. Roupas de pressão positiva. Autoclave de duas portas.BPM. EPCs. Entrada hermeticamente fechada. Tratamento especifico do lixo

IOL FONTE GERADORA DISTRIBUIÇÃO DAS FREQUÊNCIA
FONTE GERADORA IOL (%) · Agente infeccioso 21 · Aerossol infectante 13 · Perforocortante 10 · Animais 11 · Acidentes 17 · Outros 10 · Desconhecido 16
CONTAMINAÇÃO
Freqüências das IOL de acordo com os procedimentos de riscos:
VIAS DE Exposição procedimento de risco IOL (%) INGESTÃO pipetagem com a boca 13,1 Fluidos que espiram na boca 26,7 Consumir alimentos no laboratório 26,7 Objetos contaminados na 26,7
INOCULAÇÃO Acidentes com agulha 25,2 Acidentes com materiais cortantes 15,9 Arranhão, mordida de animais 13,5
CONTAMINAÇÃO Fluidos que espiram na boca, olhos, 13,5 DE PELE E/OU nariz ou pele MUCOSAS Objetos, equipamentos e superfície 13,5 contaminadas
INALAÇÃO Procedimentos que produzem 13,5 Aerossóis
PRENVENÇÃO CONTRA RISCOS BIOLÓGICOS
· LAVAR AS MÃOS COM SABÃO BACTERICIDA IMEDIATAMENTE APÓS O CONTATO COM PRODUTOS BIOLÓGICOS, ANTES E DEPOIS DE QUALQUER PROCEDIMENTO, ANTES DE DEIXAR DE TRABALHO’DE COMER, BEBER, AO SAIR DO SANITÁRIO, E APÓS A RETIRADA DAS LUVAS.
· UTILIZAR A BATA ESTRITAMENTE NO LABORATÓRIO. PROTEGÊ-LA QUANDO DO ENCAMINHAMENTO PARA LAVAGEM E LEVÁ-LA SEPARADAMENTE,COMO EQUIPAMENTO PONTENCIALMENTE COM-TAMINADO.
· NÃO COMER, BEBER, FUMAR, APLICAR COSMÉTICO E MANIPULAR LENTES DE CONTATO, E NÃO UTILIZAR AS BANCADAS DE TRABALHO PARA COLOCAR UTENSÍLIOS PESSOAIS.
· GELADEIRAS E FREEZERS E VIDRARIA DE LABORATÓRIO NÃO DEVEM SER UTILIZADOS PARA ARMAZENAR COMIDA OU BEBIDA.
· EVITAR TOCAR O ROSTO, OLHOS, NARIZ, ORELHAS, E BOCA DURANTE A PERMANÊNCIA NO LABORATÓRIO.
· NÃO LEVAR OBJETOS À BOCA. PIPETAR AMOSTRAS BIOLÓGICAS COM PIPETAS AUTOMÁTICAS.
· USAR LUVAS APENAS QUANDO NECESSÁRIO. DESCARTÁ-LAS CUIDADOSAMENTE APÓS O USO E TROCÁ-LAS IMEDIATAMENTE, AO PRIMEIRO SINAL DE DETERIORAÇÃO. AO USÁ-LAS NÃO DE DEVE TOCAR EM OBJETOS. (maçanetas de portas, telefones microcomputadores.)
· UTILIZAR LIXEIRAS COM TAMPA E PEDAL.
· IDENTIFIQUE AS ÁREAS DE RISCO DE INFECÇÃO E RECONHEÇA A SUA OBRIGAÇÃO QUANTO Á PREVENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO E ACIDENTES.

BARREIRAS DE CONTENÇÃO
DEFINIÇÃO: Método seguro para manejo de agentes de risco biológico no ambiente hospitalar (banco de sangue-laboratório – bancadas de trabalho), onde são manipulados ou mantidos.
1. Contenção primária: consiste na proteção do Profissional e do ambiente do laboratório de exposição a agentes de risco biológico através de BPL e do uso de EPIs e EPCs.
Equipamento de Proteção Individual:
É todo dispositivo de uso individual, destinado à proteção, à saúde e à integridade fisica do profissional.
· Uso de luvas · Óculos de proteção, visores · Aventais, batas e jalecos · Máscaras · Pró-pé, calçados · Gorros · Protetores auriculares · Dispositivos de pipetagem
Equipamentos de Proteção Coletiva: É TODO DISPOSITIVO, MÉTODOLOGIA COM OBJETIVO DE PROMOVER A INTEGRIDADE FÍSICA E SAÚDE DO PROFISSDIONAL E OS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP)
· Prevenir o aparecimento de doenças profissionais · Realizar exames médicos periódicos · Participar dos programas de vacinação · Providenciar o diagnóstico precoce dos casos de infeccão hospitalar · Avaliar a eficácia do equipamento e das medidas de proteção · Prevenir os riscos ergonômico · Cabina de segurança biológica – são usadas como Barreiras primárias para evitar fuga de aerossóisPara o ambiente
Normas de conduta pessoal Lavar as mãos: · antes e após o uso de luvas · antes e após o contato físico com o paciente · após manusear qualquer amostra biológica · antes de comer, beber, manusear alimentos · antes e depois de usar o toalete · antes de sair do setor e do hospital
VESTUÁRIO: · nunca haver intercâmbio de batas, aventais, jalecos, etc., entre os colegas após uso dos mesmos · usar batas, jalecos sempre abotoados · não sair do ambiente de trabalho utilizando quaisquer EPIs · usar sapatos fechados


FLUXO LAMINAR DE AR Massa de ar dentro de área confinada, movendo-se com velocidade uniforme ao longo de linhas paralelas, FILTRO HEPA: High Efficiency particulate Air
· papel de fibra de vidro com 60 micra de espessura · as fibras de filtro HEPA são feitas de uma trama tridimensional, e removem as partículas do ar que flui através dele, por inércia, interceptação e difusão. (99,97%) · é facilmente trocado mas é exigido o uso de luvas, máscaras e roupas adequada · após sua troca este deve ser colocado em saco plástico, identificado, selado e incinerado
FORMAÇÃO DE AEROSSÓIS
· Uso de agitadores de alta velocidade · Remover tampas de borracha, de rosca ou algodão de frascos de diluição ou tubos de ensaio · Decantar líquido sobrenadante após centrifugação · Voltar a suspender células sedimentadas por agitação ou mistura · Uso de pipetas para misturar ou transferir soluções · Soprar a última gota da pipeta · Flambar alça de platina de forma inadequada 1. CONTENÇÃO SECUNDARIA 2. ESTRUTURA FÍSICA
DESENHO e INSTALAÇÕES: · Seleção e localização geográfica · Dimensionamento por área de trabalho/atividade · Número de profissionais por área (m2) · Volume e complexidade do trabalho
PLANTA NIVEL BÁSICO I E II
· Espaço suficiente para trabalho limpeza e manutenção · Refeitório, área administrativa e de repouso, fora do local de trabalho. · Paredes, forros, pisos e iluminação de acordo c/as normas · Canos e tubos obedecendo as normas
AMBIENTAÇÃO NIVEL I e II
· Bancadas e mesas de trabalho fixadas à parede · Área de armazenamento adequado para uso imediato · Pias para lavagem das mãos próximas da porta · Ambiente climatizado (ar condicionado) · Sistema de segurança: extintor de incêndio, chuveiro de emergência, estação lava olhos, material de primeiros socorros · Local e estrutura para expurgo NIVEL III CONTENÇÃO · Precisa estar isolado, sendo o acesso através de vestíbulo · Hermeticamente fechado para fins de desinfecção · Exaustão de ar fora do edifício e com filtro HEPA · Encanamento de àgua com dispositivo contra refluxo
NIVEL 4 – CONTENÇÃO MÁXIMA · Acesso controlado com higienização pessoal e desinfeccão de materiais · Sistema de ar controlado com pressão negativa, filtrado por filtro HEPA e exaustão também provida de filtro HEPA · Desinfecção dos líquidos que deixam o laboratório · Esterilização de lixo e materiais por autoclave · Macacões ventilada com pressão positiva
DESCARTE DE MATERIAL
· As amostras de sangue trabalhadas e Hemoderivados devem ser desprezadas em saco duplo branco leitoso, contendo hipoclorito de sódio identificado como “LIXO HOSPITALAR” ou Símbolo de Risco Biológico e encaminhadas para expurgo ou autoclavação e posteriormente incineração
· Os tubos de hemólises, após o término das reações devem ser descartados em cubas contendo àgua com hipoclorito de sódio a 1%. Devem permanecer submersos por 30 minutos, no máximo.
· Matérial perfuro-cortante: em vasilhame plástico resistente contendo hipoclorito de sódio, formol, etc.
· Todo descarte de sangue e hemoderivados devem ser realizados com equipamentos de biossegurança
· Toda atividade realizada tem seu Procedimento Operacional Padrão (POP)
· Estabilidade: verificar data da fabricação, vencimento e lote quando for o caso (reagentes e hemoderivados)
· Identificar um local no setor com canalização própria para fossa asséptica ou central de expurgo
· Treinamento continuado dos recursos humanos
· Custos operacionais
· Garantia do controle de qualidade (precisão, exatidão, produtividade, simplicidade, reprodutibilidade, sensibilidade, especificidade)
· Observar nos equipamentos, ( corrente elétrica – voltagem – adequação da instalação, normas de operação de segurança, inspeção periódica, limpeza, conforme as normas de biossegurança, registro das ocorrências) exemplo: autoclave estufa.